Como em “A Vida Secreta de Walter Mitty”, existem momentos na história que transcendem suas próprias circunstâncias, revelando lições atemporais sobre liderança e humanidade. Em 1953, no ponto mais alto do planeta, um desses momentos foi capturado não apenas por uma câmera fotográfica, mas pela consciência de um líder que entendeu que algumas vitórias são maiores quando compartilhadas.
Esta é a história de como uma única fotografia no topo do Monte Everest nos ensina mais sobre liderança autêntica do que milhares de manuais de gestão. É uma narrativa que começa com uma cena de filme, atravessa o teto do mundo e nos faz questionar: o que significa verdadeiramente liderar em um mundo obcecado por reconhecimento individual?
Em uma era de redes sociais e autopromoção constante, esta história de 1953 nunca foi tão relevante. Prepare-se para conhecer um lado diferente do primeiro homem a fotografar o topo do mundo – e por que ele escolheu não aparecer na foto.
A Lição de “A Vida Secreta de Walter Mitty”
> “Walter Mitty: Quando você vai tirar a foto?
> Sean O’Connell: Às vezes não tiro. Se eu gosto de um momento, pessoalmente, não quero a distração da câmera. Só quero permanecer nele.
> Walter Mitty: Permanecer nele?
> Sean O’Connell: Sim. Bem ali. Bem aqui.”
O filme é “A Vida Secreta de Walter Mitty”. Você provavelmente já viu esta cena em algum lugar… É um daqueles filmes que vale a pena assistir, com uma mensagem profunda, além de uma cinematografia e trilha sonora incríveis. Assista!
A discussão sobre este momento no filme é sobre estar presente no momento — algo que frequentemente esquecemos. Mas quando assisti esta cena, me lembrou de uma história sobre uma fotografia — a fotografia do primeiro homem a alcançar o topo do Monte Everest.
O Sherpa e o Explorador: Uma História de Humildade
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A foto oficial é a que mostra o Sherpa indiano Tenzing Norgay, que alcançou o cume em 29 de maio de 1953.
Sherpa é um grupo étnico nativo da região do Himalaia, principalmente no Nepal, mas também encontrado no Tibete, Butão e Índia. Eles são conhecidos como guias e carregadores para expedições de montanhismo na região devido ao seu conhecimento do terreno e sua excepcional capacidade de adaptação a grandes altitudes. São os guias que você contrata para carregar sua bagagem e mostrar o melhor caminho.
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Mas Norgay não alcançou o cume sozinho. Ele estava acompanhado por um explorador neozelandês chamado Edmund Hillary. Não há registro de Hillary no topo da montanha, apenas de Norgay.
O Poder do Reconhecimento em Equipe
Quando os dois alcançaram o cume da montanha — um feito incrível para aquele maio de 1953 — Hillary pegou sua câmera, fotografou seu parceiro de expedição e, 15 minutos depois, eles desceram a montanha.
É exatamente isso que você entendeu. Ele não pediu para Norgay tirar uma foto sua. Eles não tiraram uma selfie juntos na montanha. O único registro fotográfico no cume não é do par — é de Norgay sozinho.
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Hillary declararia mais tarde que não dava muita importância à foto. Mas ele sabia o que aconteceria. Como neozelandês, o mundo o colocaria no pedestal de um cume que ele não conquistou sozinho. Uma foto sua teria estampado manchetes, e o experiente Sherpa Norgay provavelmente nunca seria lembrado.
O Legado de Edmund Hillary no Nepal
Você consegue imaginar algo assim acontecendo hoje? Já pensou nos dezenas de líderes do Instagram ou LinkedIn que promovem suas conquistas sem reconhecer a equipe que os levou até lá?
Imagine o quanto poderíamos ser maiores ao destacar e elevar a equipe ao nosso redor acima de nós mesmos. Criaríamos uma legião de pessoas movidas por propósito, unidas na busca de um caminho que é muito mais importante que a própria realização.
Sir Edmund Hillary passou o resto de sua vida ajudando o povo do Nepal, uma das populações mais pobres do mundo.
Mais da metade da população vive com US$ 3 ou menos por dia. Muitas famílias frequentemente precisam caminhar por horas para ter acesso a serviços básicos como água potável, saúde e escolas.
Ao final de sua vida, Hillary havia fundado mais de 42 escolas e clínicas médicas no Nepal.
29 de maio é uma data especial para mim; além da conquista do Everest, é o aniversário do meu querido irmão Ricardo. Dedico este texto a ele.