O crescimento urbano mundial acontece de forma acelerada e, na maioria das vezes, desordenada. Para termos um entendimento real desse contexto, a Organização das Nações Unidas projeta mais de 410 milhões de pessoas vivendo em megalópoles em 2030, isso corresponde a aproximadamente 34 vezes a atual população da cidade de São Paulo. Consequentemente teremos o surgimento de mais problemas, desafios e oportunidades.
A chave para o desenvolvimento bem sucedido das cidades está na capacidade de enxergarmos a correlação entre o desenvolvimento sustentável e a urbanização, no qual a implementação do primeiro processo passa diretamente pelo entendimento das tendências do segundo. Finalizamos essa análise com a urgência na criação de ambientes inclusivos, seguros e resilientes a partir da implementação da tecnologia no dia a dia das pessoas, principalmente em regiões onde o ritmo de urbanização é mais acelerado, como na África e Ásia.
Felizmente é cada vez mais habitual ouvirmos falar ou presenciarmos projetos de cidades funcionais, que orquestram os diversos setores da sociedade e estreitam os laços entre as áreas urbanas e rurais a partir da integração em rede. Essa conexão traz qualidade de vida e estimula a manutenção dos recursos ambientais.
🚨 Vagas abertas para o nosso grupo de ofertas que vai te fazer economizar MUITO!
Para facilitar esse diálogo, trouxemos algumas abordagens para os conceitos de Cidade Digital e Cidade Inteligente. Vale ressaltar que não há uma definição concreta para os termos, uma vez que eles se encontram em processo de evolução, entendimento e adequação.
Cidade Digital
Cidade Digital caracteriza a primeira geração das cidades funcionais e traz a tecnologia em sua essência. Mas ser “Digital” por si só não garante o rótulo de “Inteligente”, isso porque a Cidade Digital aplica Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) mas não necessariamente integra as diversas iniciativas existentes. Em outras palavras, não há criação do ecossistema em rede.
Sua caracterização pode ser entendida pelo desenvolvimento de projetos públicos, privados ou de iniciativa individual em uma determinada área urbana para o uso das novas tecnologias. São muitas as aplicações que conectam interfaces eletrônicas a espaços físicos, mas quase todas elas partem de problemáticas e/ou demandas da sociedade.
São oferecidas plataformas de suporte aos usuários dos serviços públicos, bem como o desenvolvimento de aplicativos que aprimoram a prestação dessas atividades básicas, sistemas para a melhoria da gestão municipal e gerenciamento de dados para análises complexas, quiosques multimídia, democratização do acesso à Internet e outras ferramentas, além do suprimento das necessidades da sociedade tecnologicamente globalizada.
A concepção da Cidade Digital pode passar também pelos processos de modelagens através de Sistemas de Informações Geográficas aplicadas ao planejamento urbano. Esses sistemas informatizados tornam possível a simulação, representação e análise da evolução e do comportamento das cidades ao longo do tempo, além de alinhar a gestão pública aos verdadeiros problemas sociais.
Cidade Inteligentes
O conceito de Cidades Inteligentes, no entanto, é mais abrangente. Também considera aspectos diversos como urbanismo, mobilidade, segurança, saúde, educação, energia, inovação, economia, mas há uma grande oferta de capital humano, social, tecnológico e institucional trabalhando de forma integrada e sistemática visando aumentar a eficiência operacional da região e promover o desenvolvimento sustentável, assim como o bem estar da população.
Para considerar uma Cidade Inteligente, não basta simplesmente disponibilizar infraestrutura para a sociedade, é preciso democratizar o acesso à comunicação a partir das novas tecnologias, aproximar esses usuários da gestão pública para que os custos operacionais sejam otimizados e o diagnóstico das problemáticas e a inclusão social aconteçam de forma efetiva.
Uma das principais ferramentas tecnológicas é a Internet das Coisas (Internet of Things – IoT), no qual diversos objetos (carros, smartphones, máquinas industriais, eletrodomésticos, até mesmo roupas e calçados) se comunicam entre si, permitindo o compartilhamento de dados e informações relevantes para o cumprimento de suas atividades. Sensores, dispositivos e um sistema de computação trabalham de forma integrada para gerenciar o banco de dados e coordenar as ações dos objetos conectados em rede.
No contexto urbano, a IoT é aplicada ao fluxo de veículos e pessoas, itinerários dos transportes e estacionamentos públicos, iluminação, manutenção de parques e praças, preservação do patrimônio cultural e histórico das cidades, coleta de resíduos sólidos, salubridade de hospitais, consumo de energia, imagens das câmeras de vigilância, conectividade entre os órgãos públicos municipais, entre outras usabilidades.
Algumas cidades têm demonstrado práticas bem-sucedidas a partir do desenvolvimento de estratégias inteligentes e tecnológicas para o enfrentamento de suas problemáticas, gestão de assuntos públicos, unificação e simplificação de serviços, transparência aos cidadãos, conscientização das pessoas sobre o status de sua cidade e estímulo à participação pública na tomada de decisão.
Fomentar o desenvolvimento das Cidades Inteligentes é imprescindível para a vitalidade desses ambientes.