O Brasil destaca-se como um dos líderes globais na adoção de inteligência artificial generativa, com taxas elevadas especialmente entre jovens adultos em economias emergentes. Estudos apontam que o país ocupa a segunda posição no uso dessa tecnologia, atrás da Índia ou da Indonésia, dependendo da pesquisa analisada, e registra percentuais de uso que variam de 51,6% a 80% da população. Paralelamente, o governo investe em soberania tecnológica, com foco em IA, supercomputação e semicondutores, enquanto emergem preocupações com bem-estar digital e desigualdades de acesso.
Adoção Acelerada da IA Generativa
Pesquisas indicam que o Brasil consolida-se como o segundo país com maior utilização de IA generativa no mundo. Um estudo da Cisco, em parceria com a OCDE, analisou hábitos digitais em 22 nações e revelou que oito em cada dez brasileiros usaram ferramentas de IA em 2024, superando a média global de cerca de 50%. Outra análise da Cisco, com dados de 14,6 mil pessoas em 14 países, aponta 51,6% de uso no Brasil, destacando economias emergentes como Brasil, Índia, México e África do Sul com as maiores taxas de adoção, confiança e engajamento em treinamentos de IA.
Jovens adultos, com menos de 35 anos, lideram essa tendência globalmente. Mais da metade desse grupo utiliza IA de forma ativa, e mais de 75% a consideram útil, com quase metade dos entre 26 e 35 anos tendo realizado treinamentos na área. No Brasil, a presença da IA é quase universal entre jovens de 18 a 24 anos, alcançando nove em cada dez, enquanto cai para próximo de 30% entre maiores de 55 anos.
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Usos e Percepções entre Jovens
Sete em cada dez jovens brasileiros afirmam ter contato quase diário com ferramentas ou conteúdos baseados em IA, vendo-a como um “Google da nova geração” para pesquisas, estudos, produção de textos e apoio no trabalho. Cerca de 60% dos usuários recorrem à tecnologia para tarefas de aprendizado, proporção superior à de países ricos avaliados pela OCDE, e metade a utiliza no trabalho para revisar textos, decisões, apresentações e automação de rotinas. Além disso, 90% dos entrevistados já ouviram falar de IA, incluindo 84% em situação de vulnerabilidade social.
O otimismo predomina na visão profissional, com 84% dos jovens considerando essencial dominar IA para boas vagas e 65% vendo-a como importante para a carreira futura. Sete em cada dez avaliam que a IA ajuda mais do que prejudica o aprendizado, citando apoio em pesquisas e estudos. No entanto, 38% apontam o domínio de IA como fator relevante para empregos de qualidade.
Confiança, Preocupações e Desigualdades
O Brasil registra alta confiança na IA, com sete em cada dez pessoas confiando na tecnologia para resolver problemas cotidianos, propor soluções e aumentar produtividade. Aproximadamente o mesmo percentual expressa preocupações com privacidade, impactos éticos, informações incorretas e vieses nos sistemas. Para 40% dos trabalhadores formais, a IA reduz estresse em tarefas repetitivas e melhora o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, enquanto estudantes a veem como ampliação de repertório.
Entre jovens, 47% se sentem mais preocupados do que empolgados com a automação, temendo perda de emprego para máquinas. Em famílias vulneráveis, como beneficiárias do Bolsa Família via CadÚnico, o contato diário com tecnologia é menor, mas o interesse em cursos de IA é maior, expondo desigualdades de acesso. Riscos citados incluem dependência excessiva, perda de pensamento crítico e sensação de eliminação da necessidade de estudar.
Bem-estar Digital e Necessidade de Equilíbrio
Mais de cinco horas diárias de tempo de tela recreativo associam-se a menor bem-estar e satisfação com a vida, segundo o levantamento da Cisco. Jovens em economias emergentes passam mais tempo em atividades digitais recreativas, dependem de socialização online e relatam oscilações emocionais frequentes ligadas à tecnologia. Embora a correlação não implique causalidade, reforça-se a necessidade de equilibrar inovação com saúde mental e qualidade de vida.
Adultos acima de 45 anos veem IA como menos útil e, entre maiores de 55, a incerteza liga-se à falta de familiaridade. No Brasil, apenas 41,4% receberam capacitação em IA via empresas nos últimos doze meses, indicando lacuna entre uso intensivo e qualificação formal. Especialistas enfatizam ações de alfabetização digital e programas de capacitação para todas as idades.
Iniciativas Governamentais em Soberania Tecnológica
Em 2025, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) investiu R$ 267 milhões em projetos de TICs, crescimento de 116% sobre 2024, coordenando políticas em IA, supercomputação e semicondutores. A Lei de TICs processou 316 pleitos de habilitação, concluindo 158 e publicando 81 portarias, incluindo 1.851 modelos de produtos. O TECNAC analisou 76 pleitos, com 76,32% de deferimento e 58 portarias publicadas.
Na IA e supercomputação, avançou-se na definição do novo supercomputador nacional e no fortalecimento do SINAPAD, via Portaria MCTI nº 9.445 de 26 de setembro de 2025, com visitas a universidades como Unicamp, UFRJ, UFPE e UFRN. O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) consolida o LNCC como polo de pesquisas aplicadas e cooperação internacional. Internacionalmente, o Brasil protagonizou fóruns como G20 e BRICS, firmando memorandos com Chile, China, Índia, Eslovênia, Malásia e Vietnã.
No setor de semicondutores, o PADIS concedeu mais de R$ 1,2 bilhão em incentivos entre 2020 e 2025, com R$ 200 milhões em pesquisa via FNDCT e Finep, visando dobrar a participação brasileira na cadeia global de 1% para 2% até 2033. Previsão de R$ 1,2 bilhão do FNDCT em 2026 impulsiona iniciativas como IBQuntica, BR-Fab e fundos para startups.





































