Já passou pela situação de ter uma ideia de empreender e sair correndo para compartilhar com outras pessoas e receber um deboche ou ouvir que ela não é boa o suficiente? Essa é uma das grandes armadilhas ao iniciar uma startup ou um novo negócio, saber como lidar com a crítica alheia.
Segundo especialistas do comportamento humano e do setor de negócios, uma das maiores dores inconscientes é ter medo da pessoa ser rejeitada ou ter uma ideia negada. Assim, o novo empreendedor acaba desistindo por achar que não é bom suficiente em razão da opinião de outra pessoa. Afinal de contas, ter uma ideia rejeitada pode afetar futuras decisões de negócios e manter as ideias de que nunca poderá ter um projeto bem-sucedido.
Em 2013, o estudo do doutor em psicologia Guy Winch mostrou que a dor da rejeição e consequentemente do julgamento do outro pode ser comparada à dor de um café quente queimando a pele. Winch apresentou, no livro “Emotional First Aid” (Primeiros Socorros Emocionais), que essa é a mais recorrente na vida.
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Durante a pesquisa, alguns participantes tomaram paracetamol (Tylenol), remédio que tem o efeito de diminuir a dor. E outros ingeriram açúcar. O objetivo era fazer com que eles lembrassem de uma experiência de rejeição. Os que tomaram remédio com efeito de reduzir o sofrimento disseram sentir menos dor emocional em relação àqueles que ingeriram açúcar. Isso mostra a associação da dor com o emocional.
O medo de errar
‘’O medo de críticas rouba a iniciativa, destrói a capacidade imaginativa, limita a individualidade, mata a autoconfiança e prejudica o ser humano de muitas outras maneiras’’, destaca o escritor de autoajuda dos Estados Unidos, Napoleon Hill, no livro Quem Pensa Enriquece.
Ele entrevistou os 500 homens de maior sucesso durante as primeiras décadas do século XX. Hill teve a oportunidade de conversar com Henry Ford, Thomas Edison e o ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt. A grande maioria relata que o medo de ser criticado é um dos principais passos para que um negócio não tenha sucesso.
De acordo com o graduando e mestrando em psicologia, Thiago Azevedo, as pessoas opinam sobre tudo, mas não sabem sobre tudo. Para Thiago, por exemplo, um tio aposentado que trabalhou 50 anos no Banco do Brasil pode ter informações interessantes sobre a vida de um funcionário público, mas talvez não saiba muito sobre empreendimentos em áreas da tecnologia e da informação que surgiram na última década.
‘’E tá tudo bem. Todos têm direito à opinião. Porém, se você quer se manter bem enquanto toca seu projeto, tem o dever de filtrar o que ouve. Vivemos em um mundo cheio de opiniões e informações, mas também cheio de ruídos’’, diz.
E compara que: ‘’ As críticas que não te servem são como o barulho do trânsito: podem te incomodar, mas você pode continuar seguindo seu caminho apesar delas. Ao receber críticas sobre seus empreendimentos, uma boa reação é se perguntar: esta crítica é realista? O que posso construir com ela? Ou devo apenas ignorá-la?’’, destaca.
Dicas para lidar com a crítica
Lembre que sempre a opinião do outro é somente dele. Mesmo que a pessoa entenda de mercado e esteja anos à frente daquele negócio, nunca ela vai ter a real dimensão das suas ideias e do que pretende desenvolver. Escutar é importante, mas desistir baseado em uma opinião alheia é decretar que não é bom o suficiente.
Me chamo Bruno Saviotti, sou psicanalista e jornalista e atuo com temáticas como startups e novos empreendimentos, utilizo as duas áreas como forma de auxiliar as pessoas a se conhecerem melhor para empreender e lidar com suas dores financeiras. Atendo terapeuticamente empreendedores com foco em desenvolver suas habilidades. Escrevo para sites e para o Rapadura Tech sobre as questões psicológicas que costumam afetar os empresários, inclusive, sobre julgamento social e autoconhecimento. Falo dos temas por meio do Podcast, Youtube e Instagram @mejulgueoficial