Ecossistema de Startups: Como fortalecer o Rapadura Valley

Faaala Rapaduras, tudo certo por ai?

Logo que cheguei em Fortaleza, tive a oportunidade de me juntar ao Rapadura Valley e iniciar uma nova jornada, participando ativamente do ecossistema local de startups.

Percebo que mesmo sendo um assunto debatido quase que diariamente nos grupos de WhatsApp e nos encontros que acontecem aqui em Fortaleza entre empreendedores, representantes de instituições, fomentadores e ativistas deste contexto, ainda há muita dúvida no que tange a definição de um ecossistema, como formá-lo, se há liderança ou não, entre outros questionamentos e discordâncias do tema.

Gostaria de trazer aqui, alguns aspectos importantes a serem avaliados, não como forma de resposta à essas perguntas, mas de reflexão para que juntos, possamos criar melhores condições de evoluir e fortalecer o Rapadura Valley e com isso, amadurecermos quaisquer definições e conceitos que façam com que a comunidade cresça e gere resultados positivos e prosperidade para todos os envolvidos.

Como disse anteriormente, é um assunto recorrente e temos sempre pautas com esse tema ou então alguém querendo saber o que é esse tal de ecossistema de startups.

Baseada em alguns conceitos, estudos e em falas de pessoas que exercem uma influência nacional em ecossistemas de startups, que abordarei esse assunto.

O Rapadura Valley deve ser composto por uma diversidade de agentes com mindset e objetivos diferentes. Ou seja, com um grupo de pessoas e entidades interconectadas que interagem com a comunidade e seus ambientes, em que cada um faz a sua parte, de forma que essas ações atinjam toda a cadeia, gerando novos negócios, empregos, faturamento, melhoria na economia e aprendizado para os envolvidos.”Simples!”.

Mas quem são esses agentes, pessoas e entidades?

De acordo com a ABStartups , participam do ecossistema de startups:

• Empreendedores;
• Imprensa;
• Investidores;
• Empresas;
• Universidades;
• Mentores;
• Comunidades;
• Coworkings;
• Aceleradoras;
• Startups;
• Governo.

Acredito que não seja novidade mas vale reforçar que os agentes MAIS importantes são os empreendedores. E de acordo com a própria visão dos empreendedores, a colaboração, eventos, investimentos, entre outros, como networking e mão de obra qualificada são os fatores mais relevantes para o ecossistema.

Levantei outros pontos importantes para o fortalecimento do Rapadura Valley, como:

• Infraestrutura adequada na cidade: Neste sentido, me refiro à ambientes e condições adequadas para o desenvolvimento dos negócios, que vão desde espaços físicos equipados, internet, mobilidade, segurança, entre outros fatores que propiciam empreendedores e empresas a realizarem seus negócios;
• Capacitação, eventos e share de conhecimento: Entendo que a educação é um dos meios mais relevantes de mudança para o nosso país e isso se aplica também ao ecossistema local. É claro que as instituições de ensino exercem um grande papel nesse contexto mas, eventos com conteúdo de qualidade e compartilhamento de experiência e conhecimento, geram aprendizados e ajustam o mindset à mentalidade empreendedora, o que é fundamental para o desenvolvimento de negócios relevantes. Já podemos perceber um grande movimento aqui em Fortaleza em relação à frequência de eventos e encontros de qualidade, como DrinkAbout, Meetups e Share Idea do Sebraelab, StartupWeekend, RapaduraTalks, entre tantos outros, além de diversos programas de desenvolvimento tanto do empreendedor como também de negócios oferecidos pelas mais diversas instituições que fomentam o empreendedorismo localmente e/ou nacionalmente;
• Grupos de empreendedores e  transações entre startups: O fortalecimento de pequenos grupos de empreendedores que se conectam por um ponto em comum e conseguem dar relevância nessa convergência é um ponto importante pois passamos a fortalecer e qualificar segmentos distintos dentro de uma comunidade. Desde que isso aconteça tendo como objetivo maior a comunidade e não restringir apenas à uma minoria. Para ser mais clara, todos nós temos nossos gostos e preferências, assim como necessidades e interesses distintos e podemos encontrar/formar grupos que tenham essas características em comum, para solucionar problemas, etc. ao passo que as ações realizadas por esses pequenos grupos tenham o propósito de fortalecimento do ecossistema como um todo e não prevalecendo ou atingindo apenas alguns. Não menos relevante, o consumo de produtos e serviços oferecidos entre as startups mapeadas dentro do ecossistema, fortalece o crescimento das mesmas, aumentam as visibilidades e propiciam potencialmente a validação de ideias e testes de MVPs, ajuste dos produtos e serviços mais rápidos, etc. ”Quanto mais perdermos o medo de testar e consumir pra valer os produtos de outras startups, melhor, afinal estaremos desenvolvendo uma cultura importante de consumo de produtos uns dos outros, o que é excelente para todos nós”;
• Proximidade do governo com o Rapadura Valley: É uma questão sempre delicada a ser falada mas existe uma abundância de recursos valiosos que os governos locais podem oferecer às empresas. As agências governamentais fornecem iniciativas financeiras como subsídios, prêmios e créditos fiscais para financiar empresas e seus representantes em toda a jornada empreendedora. As principais responsabilidades dessas agências governamentais são apoiar o crescimento nos setores de desenvolvimento econômico e aumentar a criação de empregos dentro de cada uma de suas comunidades. Em última análise, as agências governamentais constroem dutos sustentáveis ​​para o desenvolvimento econômico. Para fortalecer o ecossistema de startups, devemos nos esforçar para estabelecer parcerias estratégicas com elas pois podem fornecem a base para o empreendedorismo em suas comunidades.

Para concluir a primeira etapa deste estudo e deixar aberto para melhorias à partir de feedbacks, mais pesquisas e compreensões sobre o tema, gostaria de citar uma tese interessante, que podemos tê-la como um ponto de partida para a evolução, fortalecimento e crescimento do Rapadura Valley.

A tese de Boulder que visa a criação de comunidades de startups, me parece uma ótima ”cartilha”.

Abaixo estão os principais conceitos:

1. Os empreendedores devem liderar a comunidade de startups;
2. Os líderes devem ter um compromisso de longo prazo;
3. A comunidade de startups deve ser inclusiva para qualquer pessoa que queira participar dela;
4. A comunidade de startups deve ter atividades contínuas que envolvam todo o grupo empresarial.

Darei continuidade no entendimento de como podemos fortalecer o Rapadura Valley, este é o meu compromisso! Logo mais compartilho por aqui outros conteúdos e orientações para passarmos juntos por essa jornada 😉