Participei do Nasa Space Apps: o Hackaton da NASA! Nossa equipe, NASALTURAS, ficou com o 2º lugar apresentando o Planet in My Hands, jogo de realidade virtual. A proposta coleta dados de imagens de satélites oferecendo possibilidades para desenvolver quebra-cabeças, jogo da memória e muito mais. Tudo isso com imagens do espaço sideral e atento a um mercado em franca expansão! Uma maratona e tanto!
Participar de um hackaton não é fácil. A maratona de programação, que é também um teste de resistência física, adquire relevância ainda maior em se tratando de um cliente de peso: a NASA
O NASA Space Apps ocorreu no fim de semana de 18 e 20 de outubro, na Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e trouxe pela 4ª vez à capital cearense a competição mundial que visa premiar equipes para desafios concretos da agência espacial.
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Soube do evento cerca de 2 meses antes, e, assim, deu um certo tempo para formar uma equipe com uma baita sinergia. Ela contava com meu primo, Germanno, engenheiro da computação que chegara de seu doutorado em Portugal há menos de 3 meses e vem se tornando um monstro na área de realidade virtual (VR). Em pouco tempo indicou um designer, Gilberto, para nosso time e já tínhamos nosso desafio escolhido.
Nos encontros iniciais, apropriamo-nos dos desafios que eram oferecidos. Do machine learning ao impacto social, até bater o martelo no que de fato seria o foco do grupo para os próximos dias, um jogo de realidade virtual. Deixamos o escopo da ideia ainda aberto, optando por maturá-la até a data do evento. Ainda assim, saímos com um baita nome para o nosso time: Nasalturas!
Fui designado o líder, e Germanno, o desenvolvedor, funções que junto do designer eram tidas como mínimas para formação da equipe. Sabendo dessas exigências, fui adiantando algumas pesquisas de mercado e agilizando a inscrição da moçada.
A programação do Nasa Space teve seu início na Feira do Conhecimento do Ceará, um outro grande evento do estado, que envolve Ciência, Tecnologia, Inovação e Negócios. A organização aproveitou a ocasião para fazer a abertura oficial, com palestras, informações gerais e apresentação da equipe vencedora do ano passado. Foi nessa ocasião que recebi um telefonema da organização, perguntando se poderíamos agregar mais dois membros para nossa equipe. Explico: dois participantes, que já estavam inscritos, tiveram um imprevisto com sua parceira de grupo, e acabaram não tendo o número mínimo necessário para participar. O detalhe é que eles vieram de Natal(RN) e mesmo assim encararam a incerteza se seria possível ou não participarem. Frente à coragem e postura empreendedora dos caras, não demoramos a agregar esses novos parceiros, Tiago e Calixto. Grupo de Whatsapp… Apresentações… Conhecer a experiência do povo… Ok! Era hora de esperar os dias seguintes.
Se soubesse das horas intensas que me aguardavam não teria encarado três doses da Ypióca 150 na noite anterior. Mesmo. Mas é assim. A gente posa de jovem para pior passar.
Chegando na Unifor, encontro-me com a equipe e rapidinho o Nasalturas já estava devidamente identificado. Cracházim, brusinha e garrafa térmica. Bacaninha.
Era hora de iniciar as atividades. Aquela apresentaçãozinha institucional e, em pouco tempo, tivemos uma excelente palestra sobre pitch. O Rodrigo Tavares, deu uma grande contribuição e disponibilizou um template que foi mão na roda, apesar de ter sido esquisito uma palestra sobre apresentação de problema/solução/viabilidade quando ainda nem tínhamos metido a mão na massa.
Era hora de ir à prática. Começamos por rever nosso desafio: “Living in our Planet” e, vendo cada detalhe do que era exigido, chegamos à nossa missão: desenvolver um jogo de realidade virtual educacional que agregasse as modalidades de puzzle, jogo da memória e quiz. Tínhamos um Oculus Quest para o desenvolvimento, testes e alcance de nossa meta ambiciosa, considerando menos de dois dias pela frente.
Parte da equipe começava a preparar o ambiente de desenvolvimento e eu ia estruturando o modelo de negócio. A partir de nossas discussões internas, decidimos não focar simplesmente no desafio enquanto exercício, digamos assim. Porém fomos à fundo nas dores e oportunidades oferecidas pela Nasa, principalmente no mercado de jogos.
Consegui identificar uma oportunidade relevante a partir dos dados desatualizados em alguns jogos, bem como do orçamento que fora mantido para os programas educacionais da Agência espacial. Dava pra ocupar essa brecha. Assim, nos dividimos a partir das funções negócio e desenvolvimento.
Dali em diante era a rotina intensa, com foco total nas telas, códigos, busca de diferencial e da melhor experiência que os usuários (no caso, jovens a partir de 14 anos) poderiam obter.
A equipe escolheu desenvolver em Unity, captando os dados por meio de webservices da NASA que estavam totalmente disponíveis e retornavam imagens e dados que precisávamos.
Pausávamos nossas atividades apenas nos momentos de refeição, única ocasião em que toda a equipe poderia sair da mesa. Era regra do evento haver sempre pelo menos metade dos integrantes + 1 nas mesas de cada time, o que demandava uma certa habilidade de gestão interna da equipe. Ao longo do primeiro dia, portanto, fomos nos organizando, testando as propriedades gráficas, sempre de olho na performance que buscávamos para o jogo VR. Era interessante notar que, apesar de estarmos em uma ampla sala, a interação entre equipes era pouca, pois, assim como o Nasalturas, cada equipe estava focada nos seus desafios e soluções. Correndo contra o tempo .
Entrávamos noite adentro, e, após o jantar, tratei de compor a apresentação do Pitch pro dia seguinte, complementando o trabalho de nosso designer que precisou se ausentar do evento. Percebi que era hora de dar uma descansada quando comecei a “pescar” na mesa; sintoma que o cansaço começava a cobrar seu preço e que a inspiração já ia decaindo. Graças ao colchão inflável que trouxera, consegui recarregar minimamente as energias até as 6h da manhã. Daí em diante, Germanno, assumia o turno do sono ( dando uma puxada de pé para me acordar).
Olhos inchados, café da manhã e de volta ao PC! À mesa, a equipe estava virada da madrugada, finalizando os detalhes de resolução, performance e das ações em tempo real. Com Gilberto e Germanno de volta, pude me dedicar aos 4 minutos que me esperavam para apresentar o Pitch. Roteirizando palavras chaves, pontes nos argumentos e proposta de valor de nossa solução. E repetindo a fala enquanto andava pelas árvores do campus. Nessa ocasião batizamos o projeto: Planet in my Hands (PIMH)!
Fiquei nessa dinâmica até as 16h. Subimos nossa apresentação para o portal do Hackaton disponibilizado pela Nasa e aguardamos o início das apresentações, previstas para as 17h . Porém, um belo atraso fez com que aguardássemos uma hora além do esperado…
Escalados como a terceira equipe, em pouco tempo era nossa vez. Let’s rock! Mandei a letra, improvisei diante de alguns brancões de praxe e, ao final, a sensação de missão cumprida. Além de um questionamento sobre payback, uma interessante pergunta abordou a existência de eventuais concorrentes. Tinha feito a tarefa de casa, e a segurança em ambas respostas nos deixou seguros que ficaríamos bem avaliados. Massa!.
Outras soluções dos demais grupos também eram interessantes. Como georreferenciamento de pesquisas acadêmicas sobre temáticas de impacto social, criação de planetas com realidade aumentada até mesmo formas criativas para amenizar os efeitos negativos da poeira lunar. Infelizmente, a grande quantidade de grupos (22 equipes!), deixou o processo todo bem cansativo e a tabulação dos resultados por parte da banca ocorreu às 21h…
Ficamos com o segundo lugar com muita alegria, atrás apenas de um outro jogo (este voltado para o público infantil). Ao final, rolou aquela interação massa com os jurados, contatos foram estabelecidos e alguns horizontes começam a ser traçados.
Estamos agora na final mundial e, em menos de uma semana após o fim do evento, editamos um vídeo como parte desta etapa de avaliação e seguimos desenvolvendo.
Ah! E ainda essa semana temos uma conversa sobre tecnologia aplicada à educação no evento mensal do Laboratório de Inovação e Prototipagem da UNIFOR.
A jornada não acaba aqui!