Até quem não tem interesse no assunto economia sabe que o pessimismo no mercado fica maior a cada semana. As projeções para a inflação, por exemplo, continuam subindo para além das metas, não só para 2021 (que já está terminando), mas para 2022 (que ainda nem começou). E isso influencia em todo o cenário empresarial, do digital ao tradicional.
Para se ter noção, as previsões para a taxa básica de juros da economia (Selic) no fim do próximo ano aumentaram para 11%, e analistas não descartam que os juros possam chegar a 14%. E olha que esse patamar foi registrado na recessão de 2015 a 2016.
Fato é que, quando a Selic estava no menor patamar histórico, o nível de 2%, muitos investidores aprofundaram conhecimentos sobre investimentos, já que não dava mais para depender dos rendimentos da renda fixa. Mas agora o cenário mudou com essa previsão.
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Empréstimo
No mundo das startups, que são as que mais tomam crédito para expandir, os altos juros estagnam o crescimento de algumas empresas. Isso porque o valor cobrado é tão alto que inibe investimentos. E com a inflação e a taxa de juros em trajetória de alta, levantar recursos para tirar uma ideia do papel é tarefa hercúlea.
Em entrevista à CNN, Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, diz que é importante acompanhar o impacto da alta dos juros no spread bancário, que é a diferença entre os juros que o banco cobra por um empréstimo e paga por um investimento.
Com a Selic mais alta, o rendimento de poupança e CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) também sobe. A dúvida é se o custo dos empréstimos também vai seguir essa tendência. “Num momento em que a recuperação do mercado de trabalho ainda está lenta e com a renda real das pessoas em queda por causa da inflação, o custo do crédito mais elevado pode ser impeditivo para uma retomada neste momento. Tira um pouco de estímulo para o consumo, especialmente em 2022”, afirma o economista à CNN.
Investimentos de risco
Mas há quem acredite que chegou a hora de investir em startups, além da renda fixa. Em entrevista a Exame Invest, Patricia Moraes, sócia fundadora e gestora da Unbox Capital, aponta que o mercado de venture capital e startups vem amadurecendo no país e representa oportunidades, especialmente no setor de tecnologia. “Muitos empreendedores, mesmo jovens, estão tocando o seu segundo ou terceiro investimento”.
Atualmente, das cinco empresas nas quais a gestora investe, três são da área. “As dificuldades do país tornam o empreendedor brasileiro mais preparado. Tanto que os que investem nos EUA têm sucesso. Apesar de ser um mercado mais competitivo, o dia a dia é mais fácil”.
Ela aponta para o fato de que investir em startups de tecnologia é um investimento com pouca liquidez e alto risco. “Serve para apenas uma parte da carteira”.
Tempo de refletir
Com essa recessão no país, é bom parar e refletir. Se você tem uma startup e precisa capitalizar, mas não quer abrir mão de uma fatia do seu negócio, as melhores opções costumam ser o empréstimo pessoal e a antecipação de recebíveis do cartão de crédito. Mas, como falamos acima, se prepare para os juros.
Agora, se você precisa de dinheiro, um investimento externo fará a diferença, crescendo com uma velocidade maior. Isso fará você sustentar as próximas etapas. A escolha está nas suas mãos. Boa sorte.