Startup não é uma empresa, é uma hipótese. Que precisa ser validada, muitas vezes é uma solução que irá ser comprada por uma empresa, e eventualmente se transformar em uma empresa. Palavras fortes, mas que transmitem uma realidade. Sendo ditas por Flávio Augusto no Nerdcast Empreendedor nº70 – O ano 1 de uma empresa (podcast do site Jovem Nerd).
Isso nos leva a refletir a importância de um investidor em sua startup. Abrir um negócio inovador não basta para crescer, diversos pensamentos geniais surgem todos os dias e muitas vezes morrem por falta de investimento.
Angariar recursos possibilita novas oportunidades no mercado, consequentemente faz com que o conceito tecnológico e inovador saia do papel e se concretize. Algumas startups adotam o famoso MVP (Minimum Viable Product), sendo uma versão mais simples de um produto que pode ser lançada com uma quantidade mínima de esforço e desenvolvimento
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O objetivo é encaixar esse mesmo produto no mercado e, claro, chamar atenção dos investidores. A primeira rodada de investimentos que o seu negócio pode receber é conhecida por FFF (Family, Friends and Fools), onde recebe pequenos investimentos da família, dos amigos e dos “tolos” que acreditam na ideia, para viabilizar a versão reduzida do produto.
Captar investimento é mais que um luxo, é uma necessidade, mas é preciso entender que ao fazê-lo, ganhará um novo sócio em seu negócio. Sendo assim, a necessidade precisa ser suprida depois de muita pesquisa, entendimento de mercado e, claro, encontrar um perfil que encaixe com seus pensamentos.
Precisa de um investidor com experiência no mercado do seu negócio? Alguém mais conservador? Haverá sinergia com o time? Tendo todas as perguntas resolvidas é hora de saber como atrair um investidor para sua Startup.
Um fator importantíssimo sobre a conquista de investidores para sua startups é a diluição da mesma. Calma, a gente explica.
A diluição ocorre quando um percentual de participação de um sócio diminui dentro da sociedade, sendo assim os próprios donos podem ser excluídos de seu próprio negócio.
Dentro do mundo das startups, no Brasil e no exterior, um investidor busca aplicar seus recursos nas pessoas por trás das empresas emergentes, sem a necessidade de tomá-la para si.
Por isso, fique atento aos investidores interessados no seu negócio, a função deles são a de ajudar sua startup a crescer, sendo você e seus sócios os coordenadores das ideias, inovações e decisões.
A imagem a seguir demonstra a divisão ideal dentro de uma startup de acordo com a fase de investimentos:
Não se assuste, e principalmente, não desanime, investimentos fazem pequenos negócios se tornarem gigantes.
Saiba o que fazer para ter um investidor na sua startup
1. Tenha um plano de negócios bem definido
Tudo na vida precisa ser feito com consciência, se até dormindo você planeja a posição ideal, ao abrir um negócio não poderia ser diferente.
O plano de negócio é um documento que descreve os objetivos adotados pela startup, ao escrevê-lo é preciso detalhar os objetivos a serem alcançados, fazer uma previsão de riscos e incertezas de modo a evitá-los, projetar a empresa em cenários positivos, medianos e negativos, etc.
Em resumo o plano de negócios é a base para um negócio e mostra o caminho a ser seguido por ela. Para saber mais deixamos um link do SEBRAE explicando sobre o processo, só clicar aqui.
Afinal, o que um plano de negócio tem a ver com investimento?
Simples, coloque-se no lugar do investidor. Ideias estruturadas e planejadas são bem mais interessantes e seguras do que algo desorganizado e sem perspectiva de futuro.
2. Tenha um pitch matador
Pitch uma palavra de origem inglesa que possui diversas traduções e aplicações, em uma delas, segundo o Cambridge Dictionary, tem como definição “Um discurso ou ato que tenta persuadir alguém a comprar ou fazer algo”.
Encaixe perfeito para uma startup que busca um investidor, certo?
Por isso trabalhe muito bem seu discurso, palavras são armas poderosíssimas no meio corporativo, com elas é possível fechar um verdadeiro “negócio das Arábias”, mas também é possível enterrar um sonho. Sendo assim:
- Identifique a oportunidade;
- Apresente a sua solução;
- Destaque seus diferenciais;
- Explane sua proposta.
Tais itens farão seu pitch ser (quase) perfeito, tudo irá depender da sua forma de transmitir essas informações, por isso trabalhe muito bem sua didática, faça com que suas ideias sejam transmitidas com clareza. O conteúdo você já possui, cada item listado está diretamente ligado ao plano de negócios.
3. Não “atire” para todos os lados
É de conhecimento público as diversas maneiras de se conseguir investimento para sua startup. Opções como:
- Aceleradoras;
- Bootstrapping;
- Capital semente;
- Crowdfunding;
- Investimento-anjo;
- Incubadoras;
- Financiamento bancário;
- Subvenção econômica;
- Venture Capital;
- Venture Building.
Nove recursos que podem ser utilizados por uma startup ao buscar investidores, mas imagine tentar abordar todas, em simultâneo? “Quem faz tudo acaba não fazendo nada”.
É preciso saber qual tipo de investimento se encaixa melhor no seu negócio, por isso o plano de negócios que citamos no primeiro item é tão importante. As tomadas de decisão ficam muito mais assertivas, podendo assim, escolher o investimento ideal relacionado ao futuro do negócio.
4. Organize-se
Se existe algo para se apostar é que um investidor não quer perder dinheiro. Obviamente que o mercado é, podemos dizer, vivo, e nada é uma certeza, porém, ao reconhecer que uma startup tem problemas financeiros, jurídicos ou contábeis o investidor vai embora sem olhar para trás.
Sendo assim, organize-se! Coloque todas as questões detalhadamente no papel, tudo precisa estar muito bem definido. Com isso será possível definir o tipo de sociedade dentro da sua startup.
É muito importante que cada sócio tenha uma função muito bem definida dentro do negócio. Seja ele responsável por apenas aplicar dinheiro, gerir financeiramente a startup, regulamentar a parte jurídica ou literalmente por a mão na massa. Tudo precisa estar assinado.
Se logo ao abrir sua startup existe a necessidade de ter um sócio, a fim de ajudar você a se organizar, recomendamos o memorando de entendimento, que basicamente é um acordo firmado entre duas ou mais partes, alinhando os termos de consciência, direito, deveres e detalhes.
Podemos resumir que o memorando de entendimento é um contrato mais simples, um primeiro passo para formalização de algo, para que em seguida seja produzido um documento mais complexo.
Mesmo tendo um grande sócio ao seu lado ter uma consultoria jurídica e contábil será de suma importância para o andamento da sua empresa emergente.
Lembre-se, problemas financeiros, jurídicos ou contábeis são comuns, principalmente no início das operações, muitas vezes são esses problemas que levam um dono ou dona de startup irem atrás de investidores, porém, administre bem os recursos iniciais, busque o (a) parceiro (a) ideal para o negócio.
5. Tenha um bom modelo de negócio
Podemos segmentar o modelo de negócio de startups em três palavras, escalável, disruptivo e repetível. Uma definição básica e geral do que é ter uma empresa emergente.
Sabemos que não é assim que funciona, apesar do modelo geral, temos diversas possibilidades para fazer uma startup funcionar, cada uma possui sua própria característica.
Sendo assim, idealize muito bem seu modelo de negócio, itens como:
Estratégia competitiva – Qual será a vantagem competitiva da sua startup sobre as outras de mesmo segmento. Será através de preço? Serviço diferenciado? Estratégia de nicho? Dentre outras possibilidades.
Estrutura da cadeia de valor – Posicionamento da startup no próprio segmento de negócios. Descreva as atividades na cadeia de valor e como será a captação do valor criado pelo serviço ou produto.
Geração de receitas e margens de lucro – Saiba como sua receita é gerada, seja através de vendas, locações, assinaturas, etc.
Posição na cadeia de valor – Identifique seus concorrentes, parceiros, etc. Neste a empresa precisa ter conhecimento de qualquer efeito de rede que possa afetar positivamente o valor para o cliente final.
Proposição de valor – Um investidor precisa saber com exatidão qual é o principal pain point, o principal problema do cliente, que seu negócio resolve. Perguntas básicas sobre o produto ou serviço oferecido serão feitas e precisam ser respondidas: O que é, Por que. Para quem, Onde, Quando e Como.
Segmento de mercado – Nada mais nada menos do que o público-alvo da startup.
Ter esses pontos claros e exibidos no pitch, tornam o seu negócio mais atrativo para os investidores.
Uma dica de ouro para modelar seu negócio é utilizar o modelo Canvas.
Proposto pelo pesquisador e empreendedor Alexander Osterwalder em meados dos anos 2000, o Business Model Canvas permite a visualização dos itens citados em página única. Funcionando em formato de blocos, ele fomenta o entendimento, a criatividade, a análise do negócio e o entendimento do mesmo.
Exemplificação do Modelo Canvas
6. Calma e foco no trabalho
4% das startups nunca tiveram investimento segundo dados da Abstartups (Associação Brasileira de Startups), porém o mercado tende a mudar, graças ao Marco Legal das Startups (você pode ler mais sobre clicando aqui), o Governo brasileiro tem olhado mais para as empresas emergentes.
Por isso trabalhe com calma, pesquisa muito bem todos os itens que citamos, monte um discurso perfeito para buscar um investidor. E lembre-se, o trabalho em equipe será fundamental para sua startup decolar. Permitir a entrada de um investidor é renunciar de uma parte do seu negócio , por isso escolha muito bem quem será seu parceiro (a).