Como o crowdsourcing ajuda no crescimento de uma startup?

O crowdsourcing é um recurso que pode reduzir custos para empresas de qualquer setor. Com o poder da internet, é possível conectar pessoas de vários lugares para colaborar com um projeto, bem como, para testar um novo produto ou aplicativo para validar a ideia.

O que é crowdsourcing?

O termo crowdsourcing significado combina as palavras crowd que quer dizer multidão e outsourcing que é terceirização. Dessa forma, é usado para os casos em que se usa mão-de-obra externa, de forma descentralizada.

Esse conceito começou a se tornar popular a partir do ano 2005, quando surgiram as primeiras plataformas para achar pessoas aptas a realizarem tarefas para empresas, tais como:

• testes;
• pesquisas;
• solução de problemas.

Como funciona?

Esse modelo de trabalho funciona de forma simples, em resumo, uma empresa que precisa executar alguma tarefa divulga quais são as diretrizes e abre espaço para pessoas de fora do negócio possam ajudar.

Em alguns casos, pode haver um valor em dinheiro pelo trabalho, ou ainda outro tipo de benefício, como descontos, por exemplo. Mas, também há casos em que pessoas ajudam de forma voluntária, porque se conectam com a causa.

Diferença para o crowdfunding

É normal haver confusão entre os dois termos, que de fato têm alguns pontos em comum. Isso porque, ambos buscam uma ajuda externa, mas no caso do crowdfunding, tem como foco apenas arrecadar fundos para um projeto ou ideia de negócio.

Por outro lado, já no crowdsourcing, a ajuda vem de forma prática, ou seja, alguma atividade técnica ou auxílio para validar uma ideia.

Para que serve o crowdsourcing para startups?

Para as startups, o crowdsourcing pode ser uma forma de colocar um projeto em ação com custo menor. Além disso, esse recurso também ajuda na inovação aberta, ou seja, a troca de ideias e auxílio para acelerar mudanças.

Como se sabe, muitas startups iniciam com uma estrutura reduzida e poucos recursos. Dessa forma, usar um modelo em colaboração pode agilizar vários tipos de tarefas para colocar o projeto em ação, isso pode incluir várias áreas, como:

• design;
• programação;
• testes para validar produtos;
• pesquisas de mercado.

Uma empresa que cria um software com uso de inteligência artificial, por exemplo, pode usar mão-de-obra externa para funções como avaliar as respostas. Assim, pessoas dispostas a usarem a versão de testes, dariam seu feedback sobre aspectos como:

• nível de acerto;
• qualidade das respostas;
• se os dados são atuais;
• facilidade de uso da aplicação.

O modelo de delegar tarefas funciona para todas as empresas?

Mesmo os negócios tradicionais podem recorrer a esse recurso para resolver várias tarefas com um custo e tempo bem menores. Isso pode, aliás, se tornar uma vantagem competitiva para a empresa na comparação com outras rivais de mercado.

Quais são as vantagens do crowdsourcing?

Uma das maiores vantagens do crowdsourcing está em ter acesso a pessoas com vários níveis de formação e com experiências diversas. Com isso, é possível achar soluções e melhorias em menos tempo.

Em alguns casos, pode-se usar até mesmo a opinião de clientes dentro do perfil ideal, para criar um produto ou solução que atenda bem àquilo que esperam do mercado.

Custo-benefício

Outro ponto que vale citar é a economia que essa opção pode gerar, uma vez que uma empresa pode optar por pagar pelo tipo de tarefa realizada. Assim, evita ter que fazer um contrato formal, ainda mais ao tratar de uma atividade pontual.

Diversidade de talentos

Ao contar com o trabalho de pessoas de origens e vivências diversas, a empresa pode ganhar no quesito inovação. Afinal, cada um traz um tipo de conhecimento diferente, o que permite a troca de ideias dentro do ambiente de trabalho.

Criação de parcerias

À medida que executa trabalhos com auxílio de parceiros externos, a empresa pode descobrir bons talentos. Dessa forma, as duas partes podem ter ganhos ao criar uma parceria fixa para a execução de tarefas simples.

Quais são as desvantagens do crowdsourcing?

Sob o aspecto negativo, o crowdsourcing requer muita confiança entre as partes, porque não há um vínculo formal. Por isso, há o risco de ocorrer atrasos ou ainda a qualidade não ser aquela que se espera.

Por conta disso, é preciso escolher quais são as tarefas que se pode delegar para esse modelo, bem como, ter um prazo que permita a revisão e, se preciso, a refação. Com isso, a empresa pode evitar prejuízos ou atrasos em um projeto importante.

Trabalho de baixa qualidade

Como esse tipo de trabalho abre a interação ampla, pode ocorrer de pessoas com menor qualificação entrarem e não executarem a função com a qualidade que se espera. Para evitar isso, há alguns cuidados que pode se tomar, tais como:

• fazer uma descrição clara sobre o trabalho e as habilidades necessárias;
• realizar uma triagem prévia, no caso de tarefas mais complexas;
• oferecer uma remuneração compatível com o tipo de trabalho que deseja.

Plágio e uso indevido de dados

Outro problema que pode ocorrer é o uso de registros internos sobre o projeto para criar cópias indevidas ou vender dados sigilosos para empresas do mesmo nicho. Para que isso não ocorra, é essencial tomar cuidado com o tipo de dados que vai dividir.

Uma medida que pode prevenir prejuízos é ter a patente legal para as criações da empresa, bem como, deixar claro aos parceiros os riscos em usar qualquer tipo de dado de forma indevida.

Como aplicar o crowdsourcing?

O primeiro passo para aplicar o crowdsourcing é mapear em quais áreas é possível usar esse recurso. Nesse caso, é preciso levar em conta aspectos como a falta de mão-de-obra interna, custos para execução, bem como, os passos para realizar o processo.

Também é importante definir alguém que fique com a tarefa de acompanhar os passos de cada projeto. Assim, essa pessoa vai cuidar dos prazos de entrega, tirar dúvidas de parceiros, além de avaliar se o padrão está no nível que se espera.

Vale lembrar ainda que é preciso ter um canal direto para a colaboração entre os envolvidos. Isso pode ocorrer em plataformas criadas para essa função em específico, ou por meio da criação de grupos de trabalho.

Ferramentas para trabalhos colaborativos

A depender do tipo de tarefa e ramo de atuação da empresa, pode-se usar ferramentas já comuns no cotidiano, como aplicativos de reuniões virtuais, como, por exemplo:

• Slack;
• Microsoft Teams.

Com essas ferramentas, fica mais fácil trocar mensagens e enviar arquivos, além de criar uma divisão de tarefas. Além disso, permitem a troca direta de mensagens para tratar sobre dúvidas e reportar a evolução de cada fase.

Quais são as principais plataformas de crowdsourcing?

Existem plataformas de crowdsourcing em várias áreas, como o Crowdtest, com foco em testes de aplicações, entre outras. A seguir, conheça alguns desses exemplos e como cada um funciona.

Crowdtest

Essa plataforma reúne mais de 3 mil testadores, que avaliam e buscam erros em softwares e aplicativos para web. Assim, quando uma empresa cria uma nova solução, pode usar esse recurso para testar a usabilidade do sistema, além de encontrar pontos de melhoria.

Um dos cases de sucesso dessa plataforma foi o teste do sistema C&A Pay, criado para a marca do ramo de moda. Com uma base de 29 mil pessoas que usaram a aplicação, foi possível identificar ao menos 10 falhas críticas.

A partir disso, a empresa pôde resolver os problemas, o que reduziu os prejuízos que teria caso isso acontecesse com os clientes ao usar o sistema. Tudo isso com um custo muito menor do que ao contratar uma consultoria para essa análise.

OpenIDEO

Essa é uma comunidade que se baseia na inovação aberta e estimula a colaboração em desafios, em áreas diversas. A IDEO é uma empresa que atua com design thinking e criou a iniciativa para permitir a interação entre pessoas de todos os lugares.

Na plataforma, é possível escolher os desafios nos quais deseja ingressar, conforme as habilidades e interesses de cada um. A empresa também oferece os recursos do design thinking para a criação dos projetos, além de acesso a financiamento.

Cocria

Uma iniciativa da empresa de cosméticos Natura, essa plataforma também possui um sistema que se baseia em desafios. Nele, os voluntários são convocados a colaborarem e encontrarem soluções para o problema proposto.

Na sequência, podem ocorrer encontros presenciais ou virtuais para a discussão de ideias e propostas. Por fim, aqueles que participam ganham premiações internas, assim acumulam pontos para trocarem por alguma recompensa.

Quais são os exemplos práticos de crowdsourcing?

Muitas plataformas e aplicações usam o crowdsourcing, como a Wikipedia, por exemplo. No site de variedades, os usuários podem contribuir com dados atualizados sobre um assunto ou ainda criar novas seções de conteúdos.

Outro caso em que essa colaboração ocorre são os aplicativos de GPS, como o Waze. Nele, os motoristas podem enviar avisos, como um acidente que ocorreu em um trecho ou a informação sobre um radar.

O mesmo ocorre em recursos como o Google Maps, no qual os usuários podem avaliar um comércio ou ainda corrigir algum dado como o horário de atendimento. Dessa forma, ajuda a plataforma a entregar resultados mais precisos para as buscas.

Esses três exemplos são casos de colaboração voluntária, uma vez que não há uma remuneração para executar as tarefas. A ajuda ocorre por iniciativa própria, ou seja, cria-se uma noção de comunidade onde cada um auxilia de alguma forma.