Esportes e Startups, se pararmos para refletir, não tem conexão gramatical, nem mesmo suas origens linguísticas são as mesmas. Porém, Esporte e Startup se uniram na realidade, formando um novo significado para os segmentos, assim nasceram às Sports Techs.
Obviamente uma explicação simplória de como as Sports Techs surgiram, porém, tecnologia e inovação são dois termos que caminham tanto no mundo do esporte quanto das empresas emergentes, por isso ambos os mundos funcionam tão bem.
O que são Sports Tech?
Quem assiste os esportes americanos está acostumado a ouvir dados e informações da partida ou de determinado jogador. Mas como eles sabem que o Los Angeles Lakers – campeão da NBA em 2020 – conseguiu 57 vitórias e 0 derrotas quando inicia o 4° quarto liderando o placar? Ou como saber quantas jardas foram lançadas por Tom Brady em sua primeira temporada como jogador do Tampa Bay Buccaneers?
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A resposta é simples e diretamente ligada ao conteúdo deste artigo.
Entretanto, as Sports Tech vão além de empresas analisadoras de dados. Essas startups tem como objetivo solucionar problemas e evoluir o esporte como um todo.
Alguns exemplos de benefícios encontrados na união entre esporte e tecnologia são:
Melhora de performance
Aqui as empresas carregam como responsabilidade a melhoria de performance dos atletas.
Se voltarmos alguns anos, podemos verificar algumas amostras, como, por exemplo, a adição da nanotecnologia para modelagem de bicicletas, deixando-as mais leves, consequentemente, aumentando a velocidade dos ciclistas.
Nossa querida pentacampeã mundial, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), também utilizou da tecnologia a fim de melhorar a produtividade dos convocados. Dispositivos instalados nas vestimentas dos jogadores serviram de fornecedores de informação, em tempo real, para comissão técnica analisar.
Outra excelente amostra de tecnologia é a VR (Realidade Virtual) que, apesar de não ter sido criado focado nos esportes, muitos clubes têm trazido para seus Centros de Treinamento, através de Startups especializadas, a fim de melhorar os fundamentos.
Esporte mais justo
Ao adotar a tecnologia de empresas emergentes foi possível deixar o esporte mais justo. Impossível não lembrar da mudança ocorrida no futebol com a introdução do VAR (Assistente de Árbitro de Vídeo).
Sendo utilizado pela primeira vez na United Soccer League (2ª divisão do futebol norte-americano) em agosto de 2016, o VAR revolucionou o esporte, mesmo sendo algo, relativamente, simples.
No Football (Futebol Americano) existem os desafios e análise de jogadas, no tênis a tecnologia é ainda maior com o auxílio do Hawk-Eye, conjunto de câmeras que mostram a trajetória da bola, que está diretamente ligada ao VAR.
A ainda startup Hawk-Eye Innovations começou a operar em 2001 e foi co-fundada pelo matemático britânico Paul Hawkins. Sua tecnologia virou destaque no mundo esportivo e chamou atenção da gigante japonesa Sony, que adquiriu o negócio em 2011.
A compra da empresa foi um ano após um grande fiasco ocorrido na Copa do Mundo de 2010, um gol mal anulado gerou a eliminação da seleção inglesa. Um dos motivos para o então presidente da FIFA, Joseph Blatter, começar a apoiar recursos tecnológicos em campo. Com isso foi instalado o GLT (Tecnologia de Visualização da Linha do Gol).
Testes e inovações foram trazidos pela Startup, assim ela garantiu seu lugar como provedora oficial do VAR na copa do mundo da Rússia em 2018. Hoje a tecnologia está em todos os principais campeonatos do mundo.
A Hawk-Eye Innovations nos permitiu ver o que não podíamos enxergar dentro do esporte.
Maior paixão pelo esporte
Paixão por um esporte independe de Startups, tecnologia ou qualquer outra coisa, é o simples e puro prazer de praticar ou torcer.
Entretanto, mesmo que a frase “Você pode mudar tudo na sua vida, menos de time” faça sentido, o engajamento do público é muito importante. Um público engajado e apaixonado lota estádios, compra os produtos do clube, traz audiência para os meios de comunicação, dentre outros infinitos benefícios.
É pensando nisso que a área esportiva tem trabalhado forte nas plataformas digitais, muitas vezes contratando empresas emergentes para tal serviço.
Imagine ver todos os anos o mesmo Campeonato Brasileiro sentindo alegria apenas quando seu time ganha.
Assim foi por muito tempo, até o ano de 2004 quando o Globo.com junto ao SporTV lançou um fantasy game chamado, Cartola FC.
16 anos se passaram e sabemos muito bem o resultado.
Se percorremos uma distância de 14.774 km em um avião a 900 Km/h em cerca de 16 horas chegamos à Índia, uma das maiores potências quando falamos de tecnologia da informação. Por lá encontraremos outro bom exemplo quando o assunto é gerar conteúdo voltado ao esporte.
Não estamos falando de blogs, muito menos sites esportivos.
O país é a sede da Edisn.ai, uma plataforma que consiste em oferecer conteúdo interativo e personalizado a seus telespectadores. Através de Inteligência Artificial a plataforma reconhece um jogador em campo, permitindo o fã acessar estatísticas, ir até as mídias sociais desse mesmo jogador dentre outros conteúdos on demand. O torcedor pode, também, comprar itens relacionado ao time de seu coração, ver anúncios, etc.
Para entender melhor, o canal da PLURI conversou com Ashok Karanth, CEO da Edisn. Você pode conferir a entrevista na íntegra no vídeo abaixo:
Novos esportes
Não necessariamente é projeto de uma Sport Tech produzir um novo esporte, pode vir de outros tipos de Startups, porém, todos os itens citados nesta lista poderá e deverá ser feito por uma.
A criação de novos esportes, que ganhasse uma popularidade mundial rapidamente, seria muito conturbada caso não existissem os jogos eletrônicos.
Hoje, os E-Sports tem ganhado notoriedade pelo mundo, com campeonatos e premiações para seus ganhadores.
Porém, como tudo é novo, a necessidade de trabalho das Sports Tech é altíssima, assim como em outras Startups o segmento esportivo requer profissionais de qualidade.
Áreas de atuação como:
- Análise de dados;
- Visão Computacional;
- Inteligência Artificial;
- Marketing Digital;
- Blockchain;
- Programação.
São vistas com muito bons olhos pela área esportiva e tecnológica.
O mercado das Sports Techs
O mercado das Sports Tech está em constante ascensão, com empresas avaliadas em US$ 8,4 bilhões a expectativa é que nos próximos anos o valor de investimento chegue a US$ 30 bilhões. Um salto financeiro que poucos mercados “sofrem” durante o começo das operações.
Atualmente existem cerca de 4 mil Sports Tech espalhadas pelo mundo. Estados Unidos, Europa e China têm sido pioneiros no assunto, com mercados maduros e consistentes obtendo grandes investidores globais.
No Brasil, apesar do amor pelo esporte, temos muito trabalho a ser feito.
Alguns pioneiros têm mostrado o quão vantajoso é o investimento em Sports Tech.
O Ceará, clube da série A do Campeonato Brasileiro de Futebol, criou o primeiro programa de inovação aberta do futebol brasileiro. A ideia consiste em buscar soluções e produtos para atender áreas específicas através da tecnologia provida pelas startups.
Seu nome é “Vozão Conecta” e leva o conceito de open innovation, criado pelo pesquisador da Harvard Business School, Henry Chesbrough. A ideia é promover uma inovação colaborativa, tirando o pensamento arcaico de guardar ideias e segredos para si (empresarialmente falando).
Com isso, clientes, fornecedores, institutos de pesquisas, órgãos públicos interagem com as startups para fazer o “Vozão Conecta” funcionar da melhor e mais inteligente maneira.
Serão 12 semanas de atuação onde as startups farão sua inscrição e caso tenham o produto aprovado, irão participar do Demo Day, que será transmitido nas redes sociais do clube.
O programa está sendo “acelerado” pela “Enzima Aceleradora” que participa do Pluri, um grupo de empresas que atuam de forma integrada em diversas áreas do segmento esportivo. Além disso, o “Vozão” conta com apoio do Outfield Capital, primeiro fundo de investimentos em startups focadas em esportes no Brasil.
*O Vozão Conecta está com inscrições abertas até 16/11/2020 para saber mais é só clicar no link acima.
Apesar de utilizarmos exemplos voltados ao futebol, as Sports techs brasileiras não estão voltadas apenas a um esporte. Com certeza é o maior do país, mas há trabalho em todas as modalidades e a cada dia que passa o mercado cresce.
Somos apaixonados por atividades esportivas, não somos 5 vezes campeão do mundo no futebol à toa. Não temos medalhas de ouro em vôlei, basquete, judô, dentre outras modalidades por sorte. Somos bons e para ficarmos ainda melhor precisamos investir em tecnologia e inovação.