Em uma tradução literal, dark stores é um termo em inglês que significa lojas escuras, mas nem sempre a tradução faz juz ao que realmente uma expressão significa. Infelizmente ainda não temos um nome ‘sexy’ para esse tipo de loja, mas o conceito promete reformular a forma do mercado varejista.
Grandes lojas como, Walmart, Carrefour e Target (loja de varejo americana) tem inaugurado cada vez mais dark stores, não só em seus países de origem, mas pelo mundo todo.
As lojas escuras podem ser definidas como irmãs mais novas dos centros de distribuição. Ou seja, enquanto os grandes centros são gigantes, abarrotados de produtos e longe das cidades, devido ao seu espaço de ocupação, as dark stores estão nos centros urbanos com uma aparência de lojas comuns, mas sem a visitação do público.
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Se você se pergunta como a Amazon tem a capacidade de entregar um produto de um dia para o outro, a explicação está nas dark stores. Segundo Antonio Iglesias Lopez, professor da Escola de Marketing e Business (ESIC) de Madri, “A ideia das ‘dark stores’ é trazer mercadoria para mais perto do consumidor”. “As pessoas compram online e querem ter os produtos em algumas horas”.
O conceito tem se expandido especialmente nos Estados Unidos, na Europa e nos mercados asiáticos onde a demanda por produtos adquiridos na internet é muito alta.
O varejo globalizado
O comércio eletrônico se encontra em uma expansão frenética e a pandemia do novo coronavírus só expandiu esse crescimento.
Em 2018 foram cerca de US $2,8 trilhões movimentados em compras na internet, a estimativa para 2021 era de US $4,9 trilhões. Esses dados foram captados e organizados pela Statista.
O que a empresa alemã não contava era com a pandemia, só no Brasil o faturamento de lojas online cresceram em 47% no primeiro semestre de 2020, maior alta em 20 anos.
Segundo o levantamento da Ebit/Nielsen foram cerca de R$38,8 bilhões gastos entre janeiro e junho de 2020. Na mesma época de em 2019 os valores foram de R $26,4 bilhões.
Apesar das grandes cifras, a América Latina é considerada como um mercado imaturo, e países como Brasil, Chile, Colômbia e México tendem a crescer muito nesse segmento.
Temos um alto poder de faturamento dentro do comércio online e as dark stores serão essenciais nesse crescimento.
Gigantes do varejo nos Estados Unidos vem se moldando ao formato das “lojas escuras”, de acordo com a Forbes, a Whole Foods (rede de supermercados multinacional americana ligada a Amazon com foco em produtos naturais) converteu suas lojas de Los Angeles e Nova York em dark stores. Kroger e Giant, ambas redes de supermercados também americanas, fizeram uma conversão temporária em algumas de suas unidades.
Lojas com baixo desempenho e que até pouco tempo atrás estariam fadadas ao fracasso têm conquistado novas alternativas graças a este novo modelo de negócios. Os shoppings também não fogem desse pensamento, sendo assim será cada vez mais comum ver alguns pontos fechados para clientes, mas funcionando a todo vapor para distribuição de produtos.
Fato é, será uma transição gradual, pois as dark stores estão diretamente conectadas à robótica.
O futuro dos armazéns de distribuição
Cada vez mais serão utilizados grandes braços mecânicos para a organização de produtos, até mesmo o transporte será robotizado.
Startups de tecnologia para estoques tem um potencial incrível dentro do segmento, grandes exemplos são, Alert Innovation e Fabric que já estão trabalhando com varejistas e fazendo integração robótica em suas unidades. A velocidade de trabalho é incrível, segundo Ken Morris, sócio-gerente da Cambridge Retail Advisors, esses robôs têm uma capacidade de escolher 15.000 pedidos diariamente.
O processo será gradual e segundo Morris, a queda nas compras físicas durante a pandemia acelerou a aceitação e adaptação para o modelo de dark stores. Com a pandemia tomando um tempo muito maior do que o esperado, as compras online crescem cada vez mais, só no Brasil no ano de 2020, 2 a cada 10 pessoas comprou na internet pela primeira vez.
Cada vez mais a aceitação às compras pela internet será maior, e consequentemente precisaremos de mais braços trabalhando no varejo para que tudo seja entregue conforme o pedido, mesmo que esses braços sejam mecânicos e consigam trabalhar no “escuro”. Em 5 anos podemos ver um boom das lojas escuras, tomará que a língua portuguesa encontre um nome mais sexy para este conceito até lá.