Especialmente devido à entrada em vigor da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e de recorrentes vazamentos de informações pessoais, a proteção de dados tem sido bastante debatida nos últimos meses. Mas, afinal, por que esse tema é tão importante?
Obviamente, o intuito das regulamentações e dos debates sobre ele é criar novas e melhores garantias voltadas a evitar que dados pessoais sejam utilizados de forma inadequada.
Nesse sentido, vale ressaltar que o conceito de proteção de dados começou a ser debatido ainda no final do século XIX, quando a ideia de privacidade se consolidou. Desde então, novas garantias foram sendo inseridas gradativamente na sociedade. Naturalmente, sempre visando a extinção de influências indevidas em assuntos privados.
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De qualquer forma, a proteção de dados nunca esteve tão em evidência como atualmente. Por isso, esse é o momento ideal para você entender por que é realmente importante se preocupar com esse tema.
E o objetivo deste artigo é exatamente ajudar a proporcionar esse entendimento!
Por que dados são tão importantes atualmente?
De fato, se pararmos para refletir, o e-mail do “seu João”, dono de um mercado no interior do Brasil, não é tão importante para os Estados Unidos, por exemplo. Porém, imagine o seguinte:
“Seu João” mora em uma cidade que é um polo comercial do estado de Minas Gerais. Sendo que o local é disputado (comercialmente) por duas empresas. A “empresa 1”, brasileira, tem uma boa estrutura logística, mas não consegue engajar o público da cidade.
Já a “empresa 2”, oriunda dos Estados Unidos, também tem uma boa logística, porém, é um pouco inferior à “empresa 1”. Todavia, a “empresa 2” possui não só o e-mail do “seu João”, mas também os dados de vários outros moradores da cidade.
Com isso, ela pode fazer uma análise aprofundada e produzir campanhas publicitárias assertivas, mostrando exatamente o que as pessoas querem. Consequentemente, as vendas da “empresa 2” serão maiores que as da “empresa 1”.
Com um exemplo simples como esse podemos observar que qualquer mercado pode ser alterado devido aos dados. Agora, em escala global, imagine o que um governo poderia fazer? E as grandes companhias?
E isso é apenas a ponta do iceberg, pois sabemos muito bem que todo tipo de informação pode ser uma arma na mão de pessoas erradas. Tanto que diversos tipos de fraudes acontecem devido à exposição de dados pessoais.
Cada vez mais, acompanhamos notícias dando conta de que dados de milhões de pessoas foram vazados. Sendo que, na maioria das vezes, isso envolve informações relevantes e/ou sensíveis, tais como:
- Nome;
- CPF;
- Sexo; e
- Data de nascimento.
Dessa forma, considerando tudo o que pessoas com más intenções podem fazer usando os seus dados pessoais, receber ligações de empresas desconhecidas é o menor dos problema que você pode ter.
Como podemos “garantir” a proteção de dados?
Com todas as questões relacionadas à proteção de dados sendo cada vez mais presentes no nosso dia a dia, como devemos proteger nossas informações?
Uma pesquisa feita no meio industrial dos EUA apontou que 71% dos cidadãos americanos se preocupam com o vazamento de dados. Em relação à segurança de dados financeiros, 8 em cada 10 americanos se perguntam se as instituições possuem proteções definitivas para qualquer tipo de ataque.
Dados como esses levaram a medidas adotadas diretamente pelos governos. A GDPR (General Data Protection Regulation) criada na Europa é a lei de proteção de dados mais conhecida internacionalmente. Tanto que, com base nela, o Brasil criou a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Porém, não se pode deixar tudo a cargo do Estado, afinal, vivemos em cidades onde a polícia está presente e, apesar disso, crimes são cometidos. Por isso, listamos algumas medidas para que você proteja seus dados e tenha sempre a lei a seu favor.
1. Conheça a si mesmo
Pode parecer algo filosófico, mas, hoje, nossos dados realmente formam quem nós somos.
As redes sociais expõem nossa rotina, nossos gostos, nossa família e nosso círculo de amizade. Por sua vez, os dados bancários mostram nossa vida financeira, enquanto nosso número de CPF indica a pessoa física que somos perante a sociedade.
Sendo assim, é crucial que cada um conheça muito bem a si mesmo. Ou seja, tenha noção sobre como usar os seus dados.
2. Faça “backups”
Você só pode liberar seus dados quando tiver um propósito muito bem definido. Não coloque seu CPF onde não é necessário, nem ao menos adicione seu número de telefone em páginas nas quais você não tenha plena confiança (sempre pergunte por que elas precisam desses dados quando lhe pedirem).
Dados como esses precisam estar guardados com você. Esse é o melhor backup.
3. Tenha as leis a seu favor
Pode parecer difícil e complicado, mas entender a LGPD realmente faz com que você esteja melhor protegido contra o vazamento de dados.
Assim, mesmo que não consiga evitá-los em algum momento, fica mais fácil punir quem utilizar as suas informações ilegalmente.
Os aplicativos que mais geram riscos à proteção de dados
Um dos mandamentos para a proteção de dados é: fique de olho nos “Termos de Uso” e nas “Políticas de Privacidade” dos aplicativos.
Apesar de muitos deles terem sido alterados após a LGPD entrar em vigor (em 2020), uma pesquisa da pCloud, empresa de armazenamento em nuvem, indicou que 52% dos Apps disponíveis na App Store realizam a coleta de dados pessoais.
E por que eles fazem isso? Simples, a ideia é compartilhar esses dados com empresas e anunciantes.
É muito comum, por exemplo, você buscar por algum item no Google e, logo após, aparecerem anúncios desse mesmo produto nas suas redes sociais. Nesse sentido, segundo a pesquisa da pCloud, o Instagram é o líder no “quesito compartilhamento de dados”, com 79% das informações de seus usuários compartilhadas.
A lista segue com o Facebook, com 53%, e o LinkedIn e o Uber Eats, que compartilham 50% dos dados dos seus usuários com terceiros.
Entre os principais dados compartilhados estão:
- Compras efetuadas;
- Localização;
- Histórico de navegação;
- Identificadores; e
- Dados de uso do aplicativo.
O que nos resta é confiar (sempre desconfiando) nas empresas para as quais concedemos nossos dados. Por isso, selecione muito bem em quais delas você vai depositar sua confiança. E também sempre dê atenção à legislação, porque é dever dela garantir a privacidade dos usuários dos mais diversos serviços.
Privacidade em jogo
Podemos lembrar do escândalo causado pela Cambridge Analytica envolvendo os dados de milhões de usuários do Facebook. Ou até mesmo dos novos termos do WhatsApp, que entrarão em vigor no dia 15 de maio e já deram muito o que falar.
Já outras empresas, como o Google, têm adicionado até comandos de voz para que o usuário force o aparelho a “esquecer” o que acabou de ouvir. Se você tiver um smartphone Android e o assistente de voz ligar acidentalmente, basta dizer: “Ei, Google, isso não foi para você.” Ou você pode perguntar: “Ei, Google, você está salvando meus dados de áudio?”.
Dependendo da resposta, você pode alterar essas opções nas configurações de privacidade.
Para os usuários de iPhone, a Apple também tem trabalho na privacidade dos dados e, em breve, a Siri, assim como o Google Assistente, terá algumas funções voltadas a esse aspecto.
A verdade é que, cada vez mais, a questão da proteção de dados está presente em nossas vidas. E, apesar de parecer assustador o fato de mais e mais informações serem vazadas, a cada dia que passa mais proteções são criadas a fim de nos entregar uma privacidade digna na era da informação.
E você, já teve algum incidente envolvendo a utilização indevida dos seus dados?