O trabalho da engenharia de software é muito presente no dia a dia das pessoas, embora nem todas saibam disso. Afinal, essa área se dedica a criar, testar e fazer a manutenção em sistemas, aplicativos e programas, para que atendam às necessidades dos usuários.
O que é a engenharia de software?
A engenharia de software é uma área que usa conceitos da ciência da computação para, criar, operar, corrigir e melhorar um software. Para isso, executa várias ações desde a concepção do projeto até que esteja em uso pelo cliente, tais como:
- análise de requisitos;
- codificação;
- testes;
- manutenção;
- registro.
Quando surgiu essa área?
Esse ramo surgiu a partir do final da década de 1960, à medida que os computadores se tornavam mais populares. Embora ainda longe do que são atualmente, as máquinas já eram comuns em universidades e em algumas empresas.
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Nesse contexto, começou a surgir uma demanda por mais recursos, a fim de executar funções mais complexas. Um marco do uso do termo engenharia de software foi a Conferência da Otan, que ocorreu em 1968 na Alemanha.
Na ocasião, o evento reuniu mais de 50 cientistas de renome e elaborou um relatório ao final. Nele, se fixou a necessidade de pautar a criação de software em princípios práticos e teóricos comuns ao ramo da Engenharia.
Quais são as áreas de atuação da engenharia de software?
A engenharia de software envolve várias áreas, desde requisitos, testes, gerência de projetos, entre outros. Nesse sentido, vale destacar um documento chamado SWEBOK (Guide of the Software Engineering Body of Knowledge).
Esse guia reúne as principais bases sobre a área. Na versão atual, constam 15 áreas de conhecimento, sendo algumas que merecem destaque:
- engenharia de requisitos;
- projetos de software;
- construção, bem como, testes;
- manutenção de software;
- gerência de projetos.
Engenharia de requisitos
Essa é uma etapa prévia à criação de um software, na qual se definem quais são as funções e recursos que o sistema deve ter, além do modo como vai operar. Assim, eles se dividem em duas categorias básicas, a saber:
- funcionais: elencam as funções, como consultas, pagamentos, entre outras;
- não funcionais: relativos a como operam, por exemplo, a criptografia de dados.
Projeto de software
Nessa fase, se definem as principais unidades de códigos para cada interface do sistema, além da forma como interagem entre si.
Para projetos mais complexos, fala-se em arquitetura de software, uma vez que há blocos de códigos que podem se organizar em camadas ou outros modelos.
Criação e testes de software
Essa é uma etapa prática, que envolve a criação, de fato, dos códigos para cada unidade. Além disso, são feitos testes para analisar se o sistema se comporta segundo o projeto.
Caso seja preciso, pode-se fazer mudanças para corrigir erros no programa e garantir que funcione bem. Fora os testes de execução, também se avalia a usabilidade, ou seja, se a interface é fácil de usar para o público.
Manutenção de software
Nesse ponto, há diferentes tipos de manutenção, conforme o estado do sistema e o objetivo final, sendo algumas delas:
- corretiva, ou seja, que conserta erros no programa;
- preventiva: que se antecipa a possíveis problemas, como o aumento de usuários;
- adaptativa, com uma nova versão, ou inclui recursos, como a acessibilidade;
- refactoring, que modifica o código-fonte sem alterar as funções;
Por fim, também vale citar a evolutiva, que inclui melhorias no próprio sistema. Um bom exemplo disso são os programas que utilizam o machine learning, ou aprendizado de máquina, a fim de aprimorar os resultados a partir do uso.
Gerência de projetos
A depender do nível do engenheiro de software dentro da hierarquia de uma empresa, também executa tarefas de gestão, que incluem:
- contato e negociação com os clientes;
- criação de um cronograma de atividades;
- gestão da equipe e a divisão de tarefas;
- reports de resultados.
Como a engenharia de software está presente no dia a dia?
A engenharia de software está presente em várias ações diárias, como, por exemplo, ao acessar um aplicativo de banco pelo celular. Além disso, várias ferramentas comuns no dia a dia escondem o trabalho de desenvolvimento para funcionarem, tais como:
- redes sociais e os algoritmos que mostram conteúdos conforme seus interesses;
- e-commerces, desde o sistema de compra, pagamento e integração com a logística;
- navegação por GPS;
- dispositivos de automação para casa.
Como se vê, o avanço nessa área trouxeram muitas comodidades que a sociedade moderna pode desfrutar.
Qual é o futuro da engenharia de software?
A engenharia de software deve cada vez mais aplicar a inteligência artificial para reduzir o tempo na execução de tarefas e análises de dados. Dessa forma, pode identificar falhas e corrigi-las em um tempo muito menor.
Outra aposta para esse ramo está na Internet das Coisas, ou seja, na integração de dispositivos, como carros autônomos, wearables, relógios e óculos inteligentes, para uso no dia a dia.
Segurança cibernética
Com uma integração crescente entre sistemas e aparelhos, a segurança de dados se tornou um tema crucial. Por isso, a criação de novos softwares têm um cuidado especial em usar soluções que garantam a proteção das informações contra ameaças externas.
O que é o Devin AI e qual é o impacto na engenharia de software?
O Devin é uma ferramenta que usa inteligência artificial, que promete mudar os rumos da engenharia de software. Em resumo, ele é capaz de não apenas criar códigos em parceria com humanos, mas sim atuar em todo o processo sem auxílio humano.
Criado pela empresa Cognition, esse novo sistema teve sucesso em testes feitos por empresas líderes em IA. Além disso, foi capaz de fazer tarefas completas, com base em casos reais obtidos na plataforma Upwork.
Segundo os criadores, o sistema tem os principais recursos que se usam na criação de softwares, tais como:
- shell, ou seja, uma interface de comando com o sistema operacional;
- código-fonte;
- navegador em um ambiente de computação em área restrita.
O Devin também pode planejar e executar tarefas complexas, que exigem tomada de decisão. Ainda, pode lembrar de contextos com os quais já teve contato, bem como, aprender com os erros, além de corrigi-los.
Ele também atua em conjunto com os usuários, uma vez que reporta o avanço em cada etapa e aceita feedbacks para melhoria.
Em testes feitos no SWE-Bench, um sistema que cria desafios para resolução, a fim de aferir a eficácia de programas que usam IA, o Devin também se destacou. Ele foi capaz de resolver de forma correta 13,86% dos problemas de ponta a ponta.
Os números estão muito acima de outras ferramentas similares, que chegaram a uma máxima de 4,80%. Por isso, ele parece ser muito promissor.
Repercussão do Devin AI
Essa criação divide opiniões no mundo da tecnologia, uma vez que parte das pessoas enxerga como uma ameaça a milhares de empregos na área. Por outro lado, há quem esteja animado com a capacidade do sistema.
A Cognition, por sua vez, diz que a ideia não é fechar vagas, mas sim dar aos engenheiros mais tempo para trabalharem com questões mais complexas e atingir metas ambiciosas.
Versão de testes do Devin
O Devin ainda tem o acesso restrito para testes, liberado apenas para algumas empresas. No entanto, a empresa que criou a solução possui um formulário de inscrição para interessados em usar o sistema em trabalhos de engenharia de software.
